ESBOÇO 434
TEMA: DESEJANDO O EPISCOPADO
“Quem deseja o episcopado excelente coisa deseja”
I Timóteo 3.1
Desejar não é nada demais. Porém, no excesso desse desejo é onde está
todo problema. Há muitas coisas desejáveis nessa vida: posição, fama,
dinheiro, privilégios etc. No ministério cristão sucedem as mesmas
coisas; o desejo pelo episcopado (I Tm 3.1; 1.1). A
palavra “episcopado” significa pastorado, e as palavras “epíscopos” e
pastor no grego têm significados idênticos ao de bispo, (pastor),
presbítero, ou ancião; muitos, por não conhecerem esses significados,
desprestigiam umas e valorizam outras palavras no mesmo sentido . Ouvi
certa vez em um programa de rádio, um ouvinte ligar e tratar o
apresentador de pastor, ele imediatamente respondeu: Você está me
diminuindo, eu sou bispo, e o ouvinte educado que foi, mesmo sendo
induzido ao erro, pediu desculpas. É interessante refletir (Ef 4.11).
Controlando as Aspirações
O
desejo pelo episcopado deve ser controlado, pois tudo o que excede gera
situações desagradáveis. O cristão que aspira a ser obreiro na seara
do Mestre deve ter controle nesse desejo, antes de tudo, tendo em mente o
que disse Paulo aos romanos (Rm 9.15,16). Quando o sentimento
não é controlado compromete o desenvolvimento da igreja e do próprio
indivíduo. Muitos não têm a dimensão do que é ser um líder espiritual,
para os tais, a visão principal é de privilégios; esses estão totalmente
enganados.
Considerando a Chamada
Devemos
levar em consideração as particularidades e propósitos de Deus para o
indivíduo. A chamada de Deus jamais deve ser motivo de orgulho, mas de
um sentimento de responsabilidade muito profundo. Encontramos em alguns
textos nas escrituras pessoas sendo chamadas, mas que reconheciam a sua
incapacidade para desenvolverem qualquer tarefa espiritual (Ex 4.10; Jz 6.15; Is 6.5; Jr 1.1.6) e tantos outros. Nesse ministério espiritual ninguém tem sucesso se Deus não capacitá-lo (2 Co 3.5; 10.4). Além de sermos eternos aprendizes, a fonte do conhecimento de Deus é inesgotável (At 11.17; Rm 11.33).
Muitas
pessoas preocupam-se em como chegar ao episcopado; não é necessário
fazer manobras para alcançá-lo. Se Deus tem propósitos, ele vai
acontecer, mas precisamente no tempo. Muitos não têm paciência em
esperar e consagram-se a si mesmos; tenha cuidado! “Ninguém toma para si
essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão (Hb 5.4).
As consternações do episcopado
Geralmente
as pessoas que aspiram ao episcopado não imaginam o que pode encontrar
pela frente durante o exercício do seu ministério; não é tão fácil como
muitos pensam, porque a quem mais é dado, mais será cobrado (Lc 12.48b;Tg 3.1).
Os sofrimentos sempre marcaram as vidas dos homens de Deus: Moisés foi
o maior líder da história da humanidade, o trajeto da sua chamada
envolveu sofrimentos; mesmo antes do seu nascimento, faraó ordenou a
matança dos meninos (Ex 1.15); sendo já grande, preferiu sofrer com o povo de Deus (Hb 11.25,26).
Os sofrimentos precedem a chamada daquele com quem Deus tem propósitos,
principalmente, quando ele se envolve e desenvolve algum trabalho para
Deus. Moisés enfrentou muitos impedimentos, estes são os obstáculos para
tudo o que queremos fazer para Senhor. Alguns episódios: Mirian e Arão
se levantaram contra Moisés (Ex 15.20); Coré, Datã e Abirão questionaram a autoridade espiritual de Moisés (Nr 16.).
A autoridade não se obtém dessa forma, Deus nunca aprovou atitudes de
desobediência contra aqueles a quem ele põe à frente do seu povo, e os
que assim procedem sofrerão as consequências (Nr 16.32; 26.10).
As marcas do episcopado
As
marcas de Cristo no ministério: Paulo carregava sobre si marcas que
nada mais eram que sofrimentos na execução da obra de Deus. Tanto os
relatos de Lucas em atos, quanto o dele próprio conforme as suas cartas,
desde a experiência do caminho de Damasco até o final com a trágica
morte por amor a Cristo e ao evangelho (2 Co 11.16-33). Jamais
procure aumentar a dor do sofrimento de um homem chamado por Deus. Não
se oponha para pô-lo em provações, tenha cuidado! Algum dia, em algum
lugar, Deus vai te provar também, e a prova será um murmurador no teu
caminho. Nada é mais doloroso para um líder espiritual do que consagrar
uma pessoa para o ministério e o tal, mais tarde, se levantar contra
ele.
Amado, se você tem sofrido na obra, saiba, porém, que você tem um amigo
que não lhe abandonará. Paulo sofreu solidão (2 Tm 4.9;11,21); abandono (2 Tm 4.10); traição (2 Tm 4.14,15); privações (2 Tm 4.13); ingratidão (2 Tm 4.4.16).
A vida cristã não é cercada por privilégios, mas de lutas constantes
até ao final da batalha, porque a nossa luta é espiritual (Ef 6.10).
Deus te guarde dos maus obreiros durante o teu ministério. Que você
termine a sua carreira de forma digna; não importa se fisicamente, o
mais importante é a vida espiritual (2 Tm 4.7,8).
Pr. Elis Clementino – Itapissuma –PE/ Brasil
Assunto Ministrado na 9ª EBO em Itapissuma - PE
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