ESBOÇO 442
TEMA: A ADORAÇÃO A DEUS NÃO TEM
PREÇO
“Então,
Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés
de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com perfume
de bálsamo. (João 12.3).
Adoração é a maior expressão de
gratidão que o ser humano pode oferecer ao seu criador. Adorar é um sacrifício
que se oferece e nem sempre é bem visto por alguém. A verdadeira adoração ao
Senhor movimenta um mundo espiritual que se manifesta fortemente para impedir
que chegue a Deus. Quando as pessoas não conhecem o valor da adoração ao Senhor,
são capazes de se oporem aos que se dispõem a adorar.
Uma mulher pecadora
Uma
mulher conhecida como a Mulher Pecadora, sobre quem o contexto não fornece
informações pormenores a seu respeito (Lc
7.39). Esse episódio aconteceu na casa de um fariseu. Embora sob os olhares
curiosos, essa mulher teve a coragem de aproximar-se de Jesus, estando ele à
mesa em um jantar; ela ajoelhou-se com um vaso de unguento na mão, e por detrás
dele com lágrimas, ungiu-lhe os pés, e enxugava-os com os seus cabelos. Jesus
sabia quem seria aquela mulher e certamente ela havia recebido perdão. Somente
os corações contritos e agradecidos oferecem sacrifícios sem reservas,
envolvendo, se necessário, até valores. A mulher lançava unguento sobre os pés
de Jesus. Essa ação foi um ato de consideração pelo que o Senhor havia feito em
sua vida (Lc 7.36-39).
A Mulher de Betânia
Outro
fato parecido e importante foi narrado por Mateus, Marcos e João, (Mt 26.6-13; Mc 14.3-9; Jo 12.3-8).
Jesus estava no povoado de Betânia, sentado à mesa, dessa vez foi em casa de
Simão, o que era leproso. Lázaro e as suas irmãs estavam presentes. Naquele
momento Maria, irmã de Lázaro e Marta, se aproxima de Jesus com um vaso de
alabastro contendo um unguento muito caro, e com ele ungiu a cabeça do Senhor.
Ao verem a ação daquela mulher, os discípulos radicalmente julgaram ser um
grande desperdício, pois o valor daquele perfume era altíssimo e deveria ser
vendido e distribuído com os pobres. Contudo, aquela mulher estava oferecendo ao Mestre, em
um ato de gratidão, tudo aquilo que estava dentro da sua alma. Talvez aquele
momento tenha sido o mais conveniente, ela poderia não ter outra oportunidade
de fazê-lo.
Tanto
no episódio anterior registrado por Lucas, quanto nesse relatado por Mateus,
Marcos e João houve pessoas que ficaram indignadas com aquelas atitudes; o
fariseu pensava que Jesus não conhecia a mulher (Lc 7.39), em outro momento pensaram ser desperdício de dinheiro (Mt 26.8,9). Na realidade quando nos
dispomos a oferecer o melhor para o Senhor, geralmente incomodamos muitas
pessoas.
A adoração incomoda
Milcal,
mulher de Davi, sentiu-se incomodada com a atitude dele no momento em que
trazia a arca do Senhor para Jerusalém (II
Sm 6.14-16,20-22). Ela não era
adoradora, e desconhecia que todos os seres no céu e na terra foram criados com
essa finalidade. Os verdadeiros adoradores não medem circunstâncias para
adorar. Davi quebrou o protocolo real por causa da adoração ao Senhor (2 Sm 6.21,22), ele sabia que esse ato
era de valor inestimável e a arca representava a própria presença de Deus. Foi
uma ação de um coração agradecido e um
profundo reconhecimento dos favores de Deus sobre a sua vida. Há várias
maneiras de se adorar ao Senhor, e aquele que se dispõe a oferecer tal
sacrifício, necessariamente, precisa saber que deve fazê-lo com um coração
voluntário, em ação de graças, para que seja recebido por Deus. Um coração
agradecido se dispõe a adorar, principalmente quando reflete os benefícios do
Senhor em sua vida. Zaqueu, ao meditar sobre o que acabara de receber,
levantou-se e disse: “Senhor, resolvo dar
aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém,
restituo quatro vezes mais”. Essa foi a mais forte expressão de
contentamento, mas ao ouvir essa
declaração Jesus disse: “Hoje, houve salvação nesta casa.” (Lc 19.8,9).
Mediante estes exemplos bíblicos é interessante ressaltar que o valor de um
coração agradecido não tem preço.
Como adorar ao
SENHOR
Há
muitas maneiras de adorarmos ao Senhor, entre elas o louvor e a adoração são as
mais comuns e devem sair do mais profundo do ser, pois são um sacrifício
oferecido a Ele. Algumas pessoas declaram ser adoradoras quando cantam, mas
cantar, nem sempre significa adorar ao Senhor. Porém, há momentos que caímos a
sós aos pés do Senhor com profundo sentimento de gratidão, enaltecendo o seu
nome. Hoje nos deparamos com pessoas que se dizem adoradoras, mas que não têm
nenhum compromisso com o SENHOR. Frequentemente nos deparamos com aqueles que
são profissionais do canto, que cantam, e até conseguem encantar as pessoas com
o seu canto, mas são descompromissados com a igreja; vivem como verdadeiros
soldados sem quartéis, ovelhas sem pastor; são os últimos que chegam aos
templos e apenas para cantar, não se envolvem com o culto a Deus, e estão
totalmente alheios ao ato da verdadeira adoração e a um profundo sentimento de
fé.
O
sentimento de adoração vai muito mais além de um cantar, é envolver-se nos
mistérios de Deus em espírito e em verdade, “Importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24) envolvendo espírito, alma e
corpo, para dar ao Senhor o melhor, o “nardo puro” com alto teor em essência e
o mais caro da época; é mais do que regar-lhe os pés com lágrimas, muito mais
do que enxugá-los com os cabelos. Para o mestre não importava o que estava
sobre a mesa, mas sim, a atitude daquela mulher, pois enxergava nela um real
sentimento de adoração e agradecimento.
Devemos nos dirigir a Deus na
condição de adorador, e não nos colocarmos na condição de adorados, como
verdadeiros ídolos mundanos, atores ou qualquer outro personagem e até
pregadores nos palcos exibindo os seus potenciais, se revestindo de glória
humana. Adoremos ao Senhor com toda a nossa força e em santidade, porque tudo é
dEle e para Ele; tenhamos uma vida compromissada com o louvor e a adoração a
Deus. Adoremos ao Senhor com espírito, alma e corpo; consideremos uma adoração
mais completa, e quando adoramos assim a nossa casa se enche de glória.
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