ESBOÇO 439
TEMA: A FÉ DE UM PATRIARCA
“(Como
está escrito: Por pai de muitas nações de constitui) perante aquele no
qual creu, a saber, Deus, que vivifica os mortos, e chama à existência
as coisas que não são como se já fossem” (Rm 4.17; Hb 11.19).
Desde o começo da criação Deus tem proporcionado o bem para o homem, criando situações, para que os seus propósitos se concretizem. Não obstante, devemos entender quais os processos usados por Deus para que se desenvolvam e sejam concluídos. A sua vontade só será executada se entendermos que o seu querer não só envolvem promessas, mas compromissos. Deus requereu de Abrão obediência e dedicação pessoal. Discorreremos sobre a chamada de Abrão, promessas, fé e lealdade a Deus.
I. Chamada de Abrão
Deus conhece a todos os homens, faz escolhas os chama, para através dele executar a sua vontade. Abrão morava em Ur dos caldeus; não se sabe sobre seu pai, Tera, e sua família; o povo dessa terra era idólatra, e por essa razão, Deus o tirara de lá (Gn 12.1). A intenção de Deus era que, dessa nação, saísse um povo que lhe servisse, guardasse os seus mandamentos e abominasse a prática ímpia (Gn 18.19). A sua chamada foi seguida de promessas; mas, algo interessante há nessa chamada. Deus não lhe diz para onde, mas diz “para a terra que eu te mostrarei” (Gn 12.1b). Promessas: (a) far-te-ei uma grande nação; (b) abençoar-te-ei; (c) engrandecerei o teu nome; (d) e tu serás uma bênção (Gn 12.2). Bênção estendida: abençoar-te-ei os que te abençoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra (Gn 12.3). De posse dessas promessas, parte Abrão como o Senhor havia lhe dito, com setenta e cinco anos de idade, levando consigo Ló seu sobrinho, a sua esposa e os bens que lhes pertenciam (Gn 12.3,4). Passando Abrão por Siquém, até ao carvalho de Moré, onde estavam habitando os cananeus, o Senhor aparece a Abrão e lhe diz: “À tua semente darei esta terra” (Gn 12.7). Ele, porém, ficou certo de que seria à sua semente, pois outros acontecimentos haveria para que essas promessas fossem cumpridas; dali ele edificou o seu primeiro altar ao SENHOR. Em Betel edificou outro altar (ao SENHOR) e invocou o seu nome (Gn 12.8,9). É importante saber que as bênçãos de Deus para Abrão incluíam as bênçãos espirituais, que se cumpriria através de Jesus Cristo, com a redenção da humanidade (Gl 3.8, 14,16).
II. As Problemáticas
Alguns enunciados teriam que acontecer na trajetória da vida de Abrão, seria uma espécie de teste; às vezes o Senhor permite que alguns infortúnios aconteçam com aqueles que ele ama e tem chamado. É como se fosse um testemunho prático para ver a nossa perseverança, como nos comportamos, se as nossas atitudes são ou não coerentes a nossa confissão de fé.
1. Havendo fome em Betel, Abrão partiu para o Egito, a fim de peregrinar ali. Abrão sabia que no Egito iria enfrentar problemas. O coração do homem teme em determinadas circunstâncias, mas Deus estava no controle de tudo, ninguém tocaria em Abrão; porém, a sua confiança em Deus naquele momento falhou (Gn 1211,1.3), quando negou perante o rei do Egito que Sara era a sua mulher. Vendo-a, os príncipes de Faraó a levaram para a casa de Faraó (Gn 12.14,15). Deus não permite que aconteçam certas coisas com os seus escolhidos. Deus puniu a Faraó e a sua casa por causa de Sarai, mulher de Abrão; Faraó entende que tudo aquilo lhe sobreveio por causa de Abrão, e vai ter com ele, lhe repreende e manda-o embora (Gn 12.18,20). Algumas manobras se fazem, às vezes, para tentar driblar as situações quando não são boas para nós; Deus age no momento que acreditarmos e confiarmos inteiramente nEle.
2. Os conflitos de pastores e separação de Abrão e Ló
Abrão volta do Egito muito rico, trazendo o seu sobrinho Ló; no entanto, nada terminaria por ali. As provas da fé estavam apenas começando, se inicia um conflito entre os pastores de Abrão e os de Ló; dessa
vez Abrão foi cauteloso, pois ele havia aprendido uma grande lição, e
já tinha consciência que o Senhor estava no controle de tudo e não seria
momento para desespero (Gn 13.1-6). (1) Abrão agiu de forma coerente com a vontade de Deus. “E disse Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti e entre os teus pastores e os meus pastores, porque irmãos somos” (Gn 13.8). Esse foi um procedimento exemplar que poderia servir de lição para os nossos dias: Abrão sabia que a vontade de Deus se cumpriria na sua vida; (2) Abrão manda Ló fazer a sua escolha (Gn 13.9), a visão de Abrão não podia se ofuscar, ele sabia que onde pusesse os pés o Senhor o abençoaria. Os propósitos de Deus jamais podem ser impedidos.
Será que não ficaria descente tomarmos a atitude de Abrão mediante as contendas dos pastores? Por que muitos não fazem o mesmo? Será que é a falta de humildade que não os deixa seguir esse exemplo? Irmãos somos! Sejamos exemplos para o rebanho e para os incrédulos.
Nos momentos decisivos da vida devemos ter muita calma e avaliar as nossas resoluções (Ec 10.4); (3) A infeliz escolha. As nossas escolhas dizem muito a respeito do nosso destino. Existem escolhas que na ótica humana são vantajosas, mas o desfecho não; foi o caso de Ló (Pv 16.1,25), ele escolheu pelos olhos, e sofreu as consequências (Gn 13.13; 2 Co5.7); (4) Conforme a escolha de Ló, Abrão habitou em Canaã e o Senhor fala com ele: “levanta
os teus olhos desde o lugar onde estás, para a banda do norte, e do
sul, e do ocidente; porque toda esta terra que vês te ei de dar a ti e à
tua semente, para sempre” (Gn 13.14-18).
3. As consequências de uma escolha má
O ser humano é responsável pelas escolhas que faz, sejam boas ou más, as consequências logo aparecem. Mais adiante Ló se deparou com uma situação muito difícil, em uma guerra de quatro reis contra cinco, o que resultou na perda dos seus bens, além de levá-los cativo. “Não faça escolha somente pela vantagem dos olhos, mas pela razão. Abrão não se deixou ser levado pelas campinas do Jordão, mas a possibilidade de ser abençoado em qualquer lugar. Você não precisa de campina verde para ser abençoado” CLMENETINO.
III. Abrão parte em defesa de Ló
Informado
da situação de Ló, Abrão parte em defesa dele levando consigo seus
criados armados para libertá-lo, e trazer de volta os seus bens que
foram tomados (Gn 14.14-16). Abrão vence a guerra e é abençoado por Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus altíssimo, e deu Abrão o dízimo de tudo (Cf Hb 7.4). (Gn 14.18-20).
Abrão podia não ter dado tanta importância a um membro da sua família
que havia lhe trazido tanto problemas, mas quem tem as suas convicções
das promessas de Deus, defende o seu irmão (Gn 14.14).
IV. Rei de Sodoma quer negociar com Abrão
A possessão de Abrão provinha da bênção de Deus, essa não podia ser negociada com as riquezas recuperadas dos cananeus; Abrão revela a sua total dependência de Deus (Gn 14.21-23). Não negocie aquilo que Deus lhe deu (I Rs 21.1-4).
V. Deus aparece a Abrão
Deus aparecera novamente, e dessa vez dizendo: “Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão”. O Senhor renova as promessas a Abrão, Deus está interessado em abençoá-lo muito mais do que ele esperava “dar-lhe um herdeiro”. “Muitas vezes achamos difícil Deus realizar algo que está acima da nossa imaginação, no entanto queremos nos conformar com o Eliezer, quando o Senhor quer dar muito mais”. Mas Deus tem poder para realizar em nós tanto o seu querer quanto o efetuar (Fp 2.13; Ef 3.20). Abrão via em Eliezer o seu herdeiro, no entanto, os planos de Deus eram diferentes; o homem traça caminhos, mas a resposta vem do Senhor (Pv 16.1,9; 19.21; 20.24; Jr 10.23).
A confiança no Senhor nos conduz à vitória, apesar das situações que enfrentamos na vida. Abrão sentiu parecer que os propósitos de Deus não iriam ser concretizados. Porém, devemos acreditar que o SENHOR cumprirá os seus propósitos em nós.
Pr. Elis Clementino – Itapissuma –PE/Brasil
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