Jonas Dias de Souza[1]
Texto Base: Êxodo 24
Deus se propôs a fazer uma aliança.
Ela é apresentada de três formas.
Israel concorda em obedecer.
A aliança é confirmada formalmente.
É feita uma festa como forma de comemorar a aliança realizada.
Em
primeiro lugar é preciso definir o que vem a ser um pacto. O pacto é um
acordo entre duas pessoas, onde cada uma possui um papel a ser
desempenhado. Quando ocorre o descumprimento das cláusulas
especificadas, haverá sanções que também deverão estar explicitadas no
acordo.
Biblicamente é possível vislumbrar os
papéis a serem desempenhados pelos homens diante de Deus. No livro de Êxodo vemos que o povo israelita assumiu de forma voluntária um papel para desempenhar no pacto feito com Deus. A perícope bíblica fala da Aliança de Deus com Israel.
papéis a serem desempenhados pelos homens diante de Deus. No livro de Êxodo vemos que o povo israelita assumiu de forma voluntária um papel para desempenhar no pacto feito com Deus. A perícope bíblica fala da Aliança de Deus com Israel.
Representando
o povo foram escolhidos 70 anciãos, cujo objetivo era falar ao povo
sobre a natureza da aliança. A nação Israelita começa com a entrada de
70 almas no Egito. Moisés era o intercessor. Arão e seus filhos eram os
representantes do futuro sacerdócio Levítico. Em termos modernos são os
pregadores comprometidos com a palavra de Deus e que não fazem do
púlpito uma forma de ganhar a vida espoliando suas ovelhas. A palavra
grega que traduz ancião é “presbyteros”. Onde concluímos que ao falarmos
em ancião na igreja moderna estamos falando de pastores, diáconos, e
líderes legítimos. Legítimos porque há líderes que outorgam a si o
presbitério. Não reconhecem um chamado de Deus para ser seu embaixador,
pois se descompromete com a Sã Doutrina.
O povo Israelita assumiu a sua parte no pacto, através da obediência. Retornando um pouco até Êxodo 19: 8, vemos que: “Então o povo respondeu à uma: Tudo o que o Senhor falou faremos. E Moisés relatou ao Senhor as palavras do povo.”
Vamos
destacar nesta passagem algumas ações dos envolvidos na construção
deste pacto, inicialmente, duas palavras, uma do povo e uma de Moisés.
A
palavra do povo é “faremos”. Faremos está no Futuro do presente. O
futuro do presente indica um fato que irá acontecer no futuro. Ou seja,
um fato posterior ao momento em que se fala. Contudo não vemos o povo
pedindo ajuda a Deus para que este “faremos”, se realize. Vislumbramos
uma auto-suficiência perigosa e que pode ser vista ainda hoje na
humanidade. É deixar Deus de lado dos nossos planos.
A palavra de Moisés é “relatou”. Moisés levou a Deus a informação da concordância do povo.
Deus
então passa a ditar as normas que regeriam a vida social, espiritual e
total da vida do povo israelita. No entanto é preciso voltar para as
preciosas promessas de Deus. Ainda em êxodo 19: 5, “Agora,
pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha
aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os
povos; porque toda a terra é minha.”
O
dono de tudo que há pode escolher para sua preferência aqueles que lhe
obedecem. Ciente de que havia a concordância do povo, Deus determina que
seja escrito todas as suas palavras. E Moisés escreve, erigindo então
um altar ao pé do monte e simbolizando a Nação Israelita ergue doze
colunas, simbolizando as Dozes tribos.
Embora
uns poucos questionem a autoria Mosaica para o Pentateuco, temos que,
havia sim, um escrito das coisas que eram ditas por Deus num livro
denominado de “Livro da Aliança”: “E tomou o Livro da Aliança e o leu ao povo; e eles disseram: Tudo o que falou o Senhor faremos e obedeceremos.” (Êxodo 24: 7)
Hoje
o nosso livro da aliança é a Bíblia Sagrada. Vejamos que naquele tempo
para ter a sede saciada era necessário aguardar a leitura do livro. Hoje
podemos beber da fonte da palavra de Deus a qualquer instante e ainda
assim há aqueles que rejeitam por ignorância, desta fonte de
conhecimento e sabedoria.
Mas
o pacto não ficou restrito às palavras de Moisés, do povo e de Deus.
Todo pacto pressupõe um ação. Quando nos entregamos para a conversão.
Quando aceitamos a Jesus Cristo como nosso legítimo e único e suficiente
salvador estamos aceitando um pacto que exige de nós ações que
confirmem dia-a-dia este pacto. Vê-se aqui uma sombra do que aconteceria
anos à frente na Cruz do calvário. Quando o povo foi aspergido com o
sangue da aliança, foi uma aceitação da vontade revelada do Senhor.
Porque
dizemos que é uma sombra? Por que estamos agora debaixo de um novo
pacto de uma nova aliança. Quando vamos a João 3: 16, nós temos que: “Porque
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para
que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. A
missão do filho de Deus no pacto era derramar o seu sangue para a
redenção da humanidade. A nossa missão no pacto é obedecer e ser
aspergido com o sangue de sacrifício perfeito. Obediência, aspersão e
mais obediência.
Encontramos
na obediência do povo israelita e na nossa obediência, uma
possibilidade de entrarmos num aspecto grandioso da presença de Deus. “O aspecto da Glória do Senhor era como um fogo consumidor no cimo do monte, aos olhos do filho de Israel.” (Êxodo 24: 17)
Assim
como no Monte Sinai brilhou o aspecto da Glória, encontramos uma
lembrança na transfiguração de Cristo ensinada em Lucas 9. A transfiguração confirma o testemunho nos dado pela Lei (Moisés) de que Jesus era o Messias sofredor. Nos
dois casos tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento, foram
deixados pessoas encarregadas de zelar pelo povo e temos também pontos
de partidas para novas revelações religiosas.
No
livro de Êxodo, a obediência do povo visava a sua preparação para a
vinda do sacrifício de Cristo. É preciso lembrar que Deus age através
das gerações. Portanto a nossa obediência hoje implicará numa geração
futura melhor do que a que temos atualmente, daí a nossa
responsabilidade na construção de um futuro melhor. Este conceito de
culto que encontramos no livro de êxodo preparava o povo para o
sacrifício de Cristo. No Evangelho o ensino de que Cristo deveria dar a
sua vida em prol da salvação do mundo.
Descobrimos
a necessidade de uma obediência disciplinada e independente da
existência de nossos líderes, ou seja, não podemos obedecer
condicionados a fiscalização pastoral. Devemos obedecer de forma
consciente. Esta ausência de uma consciência de obediência resultou em
fracassos quando o líder espiritual ausentou-se. O povo Israelita
construiu um bezerro de ouro e os discípulos não conseguiram expulsar o
demônio que oprimia um homem.
A
obediência exige preparação. É um exercício de ação. Quem obedece se
prepara e quem se prepara obedece. Moisés passou 40 dias no Monte e
Cristo passou 40 dias no deserto. Ambos passaram por um período de lutas
antes de começar o ministério. É um tempo destinado a esquecer os
hábitos próprios e nos moldarmos às idéias que surgem com a verdadeira
comunhão com Deus.
Quando
nos tornamos Cristãos devemos nos preparar para cumprir a nossa parte
no pacto. O nosso líder supremo não nos abandona. Jesus cristo não nos
abandona jamais.
Deus
se torna um fogo consumidor somente quando não estamos na presença de
seu filho Jesus cristo. Fora de Cristo não há como obedecer. O papel da
humanidade é obedecer a Cristo, aceitá-lo e ter uma vivência ética e
cristã. Mas isto só pode ser feito com a presença de Cristo em nossos
corações e com o Espírito Santo a nos guiar no nosso caminho de
obediência.
Peçamos
a Deus que nos ajude a cumprirmos a nossa parte do pacto: Colocando
como centro de nossas vidas; adorando-o de verdade e em espírito.
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