O estilo de vida de um Discípulo
-Tema: DISCIPULADO
João 20.1-10
-Introdução: Cada
pessoa tem seu estilo de vida e muitos seguem a moda de pessoas famosas
ou tendências do momento. Mas tudo isso passa. Jesus veio ao mundo e
deixou sua marca na vida das pessoas que mudaram completamente seu jeito
de viver. Até hoje milhares de vidas são transformadas pelo poder do
evangelho de Cristo (Romanos 1.16,17).
No trecho de João 20.1-10 encontramos algumas informações importantes:
Palavra-chave: outro discípulo (v.2, 3 4 e 8).
Verbo principal: ver (v.1, 5, 6 e 8).
Personagens: Maria Madalena, Pedro, João (outro discípulo) e Jesus.
Sem dúvida alguma os discípulos eram pessoas comuns, mas com a diferença de ter conhecido a Jesus. O texto bíblico de João 20 e 21 nos
traz várias lições sobre o estilo de vida de um discípulo, mostrando o
que os marcou após a ressurreição de Jesus mudando suas vidas
definitivamente.
Num tempo em que as redes
sociais buscam seguidores que são influenciados o tempo todo, precisamos
aprender a viver um estilo de vida diferenciado seguindo o exemplo de
Jesus.
Qual é o seu estilo de vida?
Vamos refletir sobre algumas características de um verdadeiro discípulo de Jesus:
1- Seguir Jesus: v.1-3
Neste
texto apresenta-se uma corrida dos discípulos em busca de Jesus, que havia
morrido. Eles foram ao sepulcro. Primeiro chegou Maria Madalena, que logo voltou
para contar aos demais discípulos. No mesmo instante Pedro e João correram para
lá. João chegou primeiro e parou na porta do sepulcro. Pedro passou na frente e
entrou para ver o túmulo vazio.
Este
texto nos revela três tipos de discípulos:
- Maria Madalena: aqueles que vêm
Deus agir, mas não entendem (v.1);
- Pedro: aqueles que correm
demais e não conseguem perceber (v.3 e 6);
- João: aqueles que buscam
entendimento e creem no poder de Deus (v.8).
Quem
você tem seguido?
Discípulo
significa seguidor. Jesus está à sua frente? Ou você está tentando tomar a
frente de Jesus (v.4).
Muitas vezes perdemos o rumo e precisamos retornar seguindo os passos do mestre
(I João 2.6).
Deixe o Mestre marcar sua vida e transformar seu estilo de viver completamente
para ser um verdadeiro discípulo de Jesus.
Seja um Discípulo:
seguidor de Jesus!
2- A certeza de que Jesus te ama:
v.2 “... o outro discípulo a quem Jesus amava...”.
Quando
o evangelista João usa a expressão ‘outro discípulo’, está se referindo a si
mesmo. Esta era uma técnica literária usada como forma modesta do autor falar
de si mesmo como se fosse outra pessoa.
João
escolheu falar de si mesmo como “o outro discípulo a quem Jesus amava” (João 13.23; 20.2;
21.7 e 20). Com isso está declarando a maior convicção de sua vida:
que Jesus o amava. Ele sabia que Jesus amava seus companheiros também, mas para
ele era importante lembrar do amor que sentia por seu Mestre. Dias antes João
havia se reclinado no peito do Mestre para sentir o seu amor ouvindo o seu
coração bater pelas últimas horas (João 13.23).
Maria
teve uma experiência pessoal com Jesus após sua ressurreição. Depois que Pedro
e João saíram da sepultura, ela ficou ali triste e olhou novamente para dentro
do túmulo, então viu dois anjos sentados e apareceu o Mestre, mas ela não o
reconheceu, pensando ser o jardineiro até que Jesus a chamou pelo nome e viu
ser Cristo ressurreto (João 20.11-18). Isso aconteceu para que Maria
sentisse pessoalmente que Jesus a amava.
Pedro
também teve seu encontro pessoal com Cristo após sua ressurreição. Foi como na
primeira pescaria maravilhosa em que Pedro foi chamado para seguir Jesus (Lucas 5.1-11).
O Mestre apareceu para os discípulos e houve uma segunda grande pescaria
lembrando-os de seu poder e de seu chamado ao discipulado (João 21.1-14). Mas neste momento
Jesus interrogou pessoalmente a Pedro perguntando três vezes se o amava (João 21.15-19).
Neste momento Pedro teve três oportunidades de confessar seu amor por Cristo e
corrigir seu erro ao negar o Senhor três vezes (Lucas 22.55-62).
O
que sustenta nossa vida espiritual, nosso compromisso com Deus é o nosso amor
por Jesus e saber que Jesus nos ama. Se você tiver apenas esta certeza, não
haverá temor nem dúvida alguma em seu coração, pois “o perfeito amor lança fora todo medo”
(I João 4.18).
Tenha certeza de que Jesus
te ama!
3- Viver pela fé: v.8 “viu e creu”.
Neste
verso, encontramos a ênfase no verbo ver, que é o principal do texto. As três palavras
do grego bíblico para o verbo ver neste texto são:
Blepei (βλέπει) nos versos 1, 5 que tem o
sentido de visão natural ou superficial, perceber apenas com a visão física 1.
Teorei (θεωρεῖ) no verso 6, que tem o sentido
de experimentar, olhar com atenção e refletir teoricamente sobre o sentido 2.
Eiden (εἶδεν) no verso 8, que significa discernimento,
entender, participar do que está vendo e visão espiritual, por isso o texto
completa a mensagem dizendo que “viu e creu” (João 20.8)3.
Isso
nos mostra o tipo de visão que o cristão deve ter: uma visão carnal, uma visão
racional ou a visão espiritual. Para ser discípulos de Jesus precisamos ter
visão espiritual.
Andar
pela fé é um exercício que precisamos treinar e aprender a ver tudo de forma
espiritual “visto
que andamos por fé e não por vista” (II Coríntios 5.7). Quando olhamos
as coisas de forma natural não entendemos os mistérios de Deus, mas quando
buscamos o discernimento espiritual aprendemos a visualizar espiritualmente
pela fé (I
Coríntios 2.9 e 14).
Vive pela fé e veja tudo
espiritualmente!
4- Serviço: v.7
A
ênfase de João no cenário detalhado principalmente citando pormenores como o
lençol e o lenço usado para cobrir o seu rosto dobrado à parte indicam que isso
tem um significado especial. Porque Jesus teria deixado um lenço dobrado à
parte? Estava deixando um recado para todos usando a figura do servo e do
senhor de uma casa.
Na
tradição judaica, quando um convidado sentava à mesa ou o senhor da casa estava
fazendo sua refeição e usava um lenço para limpar a boca, se embolasse o lenço
seria porque terminou, mas se dobrasse o lenço ao se levantar da mesa era
porque voltaria para continuar. Os discípulos entenderam que Jesus iria voltar
para estar com eles e os buscar como prometeu (João 14.2).
O
lenço dobrado também indica serviço porque Jesus não deixou o túmulo revirado,
mas procurou organizar tudo antes de sair. O Mestre representou o servo ao
cuidar de tudo e também como Senhor ao dobrar o lenço deixando a mensagem de
que voltará.
Acima
de tudo, a mensagem deste versículo é uma prova de que seu corpo não foi
furtado, mas ele saiu espontaneamente após ter ressuscitado milagrosamente.
Parece ter sido esta, a principal preocupação do autor ao descrever a cena. 4
Jesus
tem chamado seus discípulos para seguir o seu exemplo e servir às vidas (Marcos 10.45).
Somos servos do Reino de Deus nesta terra e devemos cumprir nosso chamado como
ministros do Senhor (II Coríntios 5.20) estendendo as mãos para vidas
que precisam de nosso apoio.
Ser discípulo é servir ao
próximo!
Siga o estilo de vida do Discipulado!
-CONCLUSÃO: v.10 “e voltaram os discípulos outra vez para casa”.
Como
você vai voltar para casa hoje? Retorne diferente, seguindo a Jesus, tendo
convicção de seu amor, vivendo pela fé e servindo ao Senhor. Voltar para casa
também nos lembra de voltar para a igreja que é o nosso lar espiritual (Salmos 27.4)
e se você está afastado dos caminhos do Senhor, volte a ser discípulo de Jesus.
Jesus
quer mudar nosso estilo de vida para melhor e nos dar vida abundante (João 10.10).
Para isso precisamos seguir os passos de nosso Mestre, ter sempre a certeza de
seu grande amor para conosco que é maior do que tudo, viver pela fé enxergando
de forma espiritual e também servir ao nosso próximo demonstrando amor.
Seja um verdadeiro/a discípulo/ de Jesus!
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Citações
Bíblicas: Bíblia Revista e Atualizada, Sociedade
Bíblica do Brasil.
1 STRONG,
James. Dicionário Grego do Novo Testamento. Bíblia de Estudo Palavras-Chave: Hebraico. Grego.
Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição Revista e Corrigida. Rio de
Janeiro: CPAD, 2011. Verbete
991, página 2116.
2 STRONG, verbete 2334, página 2233.
3 STRONG, verbete 3708, páginas 2324.
4 CHAMPLIN, R. N. Ph. D. O Novo Testamento interpretado
versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2014. Volume 2.
Página 834.
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